domingo, 16 de dezembro de 2007

Olhar para cima...

Estava a lembrar-me de crianças e quem, como eu trabalha com elas vai-se identificar concerteza.

Já recebi duas prendas antecipadas de Natal! Duas das crianças mais irrequietas das minhas aulas que resolveram presentear-me da forma mais natural de criança: espontâneamente!

A primeira de 6 anos trata-se de um rapazinho, de tamanho inho, olhar vivaço e sorriso traquina como tudo. Esta personagem desde chegar atrasado porque ficou no recreio a brincar, a esconder-se debaixo das mesas ou simplesmente provocar o colega mais mal disposto da turma, sempre tendo em conta se este se encontra no lado oposto da sala, esperteza de mago que não quer que o feitiço leve uma volta, já me fez de tudo.

Até um dia. Chegou atrasado, amuou com um colega e decidiu não participar na actividade proposta. Falei com ele tentei motivá-lo, e como nas minhas aulas o participar de livre vontade é um dos pressupostos fundamentais, deixei-o. No final da aula, depois de ter participado num último jogo, saiu como um relâmpago, para logo depois voltar e se aninhar no meu colo, enquanto eu, sentada no chão, arrumava os instrumentos. Larguei os instrumentos!
Ali ficámos, eu e ele, que nunca se tinha aproximado de tal forma, durante breve instantes. Dei-lhe festas na cabeça e ele, provavelmente cansado daquele momento de mimo, logo se ergueu e abraçou-me e beijou-me como se preparasse para uma longa partida...

A segunda uma menina de 8 anos que poderia ter sido tirada de uma aventura de Mark Twain: ruiva, sardas, óculos e uma energia duracell que alucina qualquer um. Habituada à sua presença sempre muito mas muito presente, faz-se presente a todo o instante, tanto para mim como para os colegas.
Até um dia.

Eu tenho um hábito, frequentemente na hora no intervalo vou para o exterior onde estão as crianças, não brinco com elas mas estou presente e vamos conversando sobre as brincadeiras ou acidentes que decorrem. Tento não invadir o espaço sagrado do recreio, afinal é sagrado.

Mas por vezes os alunos apanham-me e seguem-me, uns dão-me a mão outros nem por isso. Este foi um desses dias, andava à procura de um aluno que se tinha esquecido de um carro na aula anterior e a menina energia viu-me, aproximou-se de braços no ar e a falar alto: "Professoraaaa!" Pronto, foi o início da loucura. Passou toda a aula (45 minutos), a dançar e a pular à minha frente. Naquele dia, os colegas era como se não existissem. Só a Professora. Saltava, cantava, fazia ruídos e sons esquisitos muito cómicos e quando percebeu que eu lhe achava piada ainda foi pior. Irresistivel!!!!



Isto só para dizer, que as crianças são como a luz do dia, uns dias são mais brilhantes do que outros, mas isso não quer dizer que não mudem no próprio dia, tal como os nossos tão quotidianos dias.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Fragmentos de uma não-conversa virtual

(...)

- por acaso n ha para aí um piano?
- nop, mas isso não é p estragar!
- um trombone?
- nop, um elefante de bicicleta
- eu parto o elefante e tu a bicicleta !!!
- coitadinho do dumbo, não se faz...
- bem...hoje n dizemos nada de jeito !!!!!

(...)

- vais la ter é?
- vou sim e tomamos torresmos onde quiseres, batido de torresmos boa?
- e carapau frito
- com pe´zinhos de coentrada

(...)

- será ....isso tlvz
- que os iogurtes t~em espinhas?
- que os carros batem palmas?
- welcome to the toillet zone!
- vai dormir...cuidado com as traças lol...q estas a fazer ?????????? com os maxilares????

- a dar dentadas à traça!
- ahhhh....tava assustado....pensei q fosse no otocarro !!!!!
- esse já comi
- espero q fosse o 28...vai po restelo
- pasteis d belem

- o pior é a fisioterapia maxilar !!!!
- tu pagas és meu migoooo
-mas tu poes os dentes!!!!!
- e os primos da traça tb dão uma ajuda. Não posso.

- e o avo do otocarro tens placa?
- assim é melhor p chupar as retinas da traça sem placa
- olha nem com placa....nem sem placa....
- tenho placa, semáforos, jardineiras e balões
- queres comprar?
- tanto disparate !!!!!!

(...)

- e o lema de vida é?NAO HA DROGA !!!!
- há há, não há é p todos

Seres vivos

Oiço uns pássaros madrugadores que me acompanham à meses nestas noites estranhas de um estranho viver.
O som do seu canto soa a castanholas. É seco e ritmado no entanto segue sempre a mesma melodia de umas quantas notas que se repetem para logo voltarem à mesma nota com que iniciaram o canto.
É repetido e eu não gosto de repetições, pouco melódico, no entanto serena-me, sinto-me acompanhada e viva num lugar protegido.
É isso!!! Talvez soe a casa ou melhor, ao tal porto seguro que nunca soube muito bem o que era.
É a vida.

Blogger(iandoooo)

Vuuup! Avança. Trás! Recua. Volta, gira e volta atrás.

Início....vuuuup, é rápido..demasiado rápido para uma principiante...hilariante os erros tão conhecidos de mim mesma, hilariante o acto, a vontade desde à muito esquecida.

E agora? Ai, já não me lembro de quase nada, ou então é mais fácil não lembrar...Lembras-te? E tu? Queres? E tu? Eu quero e tu queres?

Vuuup! À velocidade da tartaruga que nem se detêm face à escadaria formato caracol.